Sofia Lebron, estudante do curso de formação de professores de português na ENS Lenguas Vivas Sofía Broquen de Spangenberg, elaborou uma proposta de trabalho para o ensino de PLE, baseada no poema Um coração, três pulmões! da escritora Ana Paula Souza Filgueras. Este projeto abrange temas relacionados à língua, literatura e meio ambiente. É uma proposta completa e interessante.
Projeto "Meio ambiente, reserva ecológica"
Destinatários: alunos de ensino médio.
Tema: leitura coletiva.
Recursos: poema "Um coração, três pulmões!".
Conteúdos:
O conhecimento e a experiência:
O mundo que nos rodeia.
A natureza.
Os diferentes espaços geográficos.
Os animais e as plantas.
A ecologia.
O cuidado pelo ambiente: água, ar, florestas.
Os povos, as línguas, a sociedade.
Diferentes etnias, crenças, e organizações sociais dentro e fora da Argentina.
Interações:
Formular hipóteses.
Justificar uma opinião/ação, argumentar a favor de uma posição.
Identificar e descrever pessoas, objetos.
Falando dos outros.
Trabalho de antecipação
Dias anteriores a ser trabalho o poema o/a professor/a começará a fazer diferentes atividades com os/as alunos/as. A seguir uma pequena listagem como guia de trabalho, tendo como eixo principal da poesia as três cidades: Macaé, Carapebus e Quissamã e o parque Nacional da Restinga de Jurubatiba.
Este trabalho é importante para que os alunos possam empatizar e conhecer o lugar holisticamente, tendo assim ferramentas prévias para depois trabalhar a poesía.
Partindo dessa premissa fazer com os alunos e as alunas as seguintes atividades prévias à leitura
Pesquisar:
Onde ficam as cidades Macaé, Carapebus e Quissamã e o parque Nacional da Restinga de Jurubatiba?
Procurar imagens na internet da região.
Pesquisar notícias da região.
Analisar o significado das seguintes palavras:
Ecossistema, Conflitos socioambientais, Movimentos Indígenas,
Os índios Goitacases, Os índios Tamoios, Povos da Floresta
Leitura da poesia, atividades posteriores
1. Após da leitura, identificar as metáforas que se relacionam com as pesquisas feitas anteriormente. Explique porque foram escolhidas.
2. Criar uma linha de tempo da região. Palavras chaves para pesquisar:
Tamoios.
Goitacases
Cana-de-açúcar
Estatuto do Índio
Novo termo mundial: Os conflitos socioambientais.
Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba.
3. Interpretação do texto, analisar os seguintes trechos:
“Tantos se diziam donos de um tesouro
que não devia ser roubado"
“Terra de muitos tesouros
Que surgiram da saudosa cana-de-açúcar
Berço de uma cultura infinita...”
"Quem mais alegava:
-Eu comprei. Portanto são minhas!
-Não podem me tirar isto!
-Como vou pastorar meus gados…”
4. Segundo a poesia, qual é a origem e a evolução dos nomes: Macaé, Carapebus, Quissamã.
5. Identificar as lutas ecológicas que poderiam estar apresentadas na poesia. Justificar.
6. Tipo de narrador e personificado por quem ou quê.
Fechamento da atividade
Depois de ter analisado a poesia e achado as suas marcas históricas-sociais, geográficas e seu ecossistema . crie um poema escolhendo uma reserva ecológica da Argentina e estude os diferentes assuntos de importância:
A história da região.
A geografia da região.
O ecossistema da região.
Lutas ecológicas da região.
Instituições, empresas, corpos governamentais e ONG que tem ação na região.
Outros assuntos que acharem relevantes.
Coloque os assuntos encontrados e que acharem interessantes no poema a ser criado.
Fontes sugeridas e orientações
Exercícios 1 e 2.
Link sugerido: https://youtu.be/R_UfyFYjiDI
Exercício 3.
Pesquisar notícias da região.
Links interessantes:
http://mapadeconflitos.ensp.fiocruz.br/?conflito=rj-parque-nacional-da-restinga-de-jurubatiba-e-amea ca-a-subsistencia-da-populacao
http://www.icmbio.gov.br/portal/ultimas-noticias/4-destaques/4857-icmbio-inaugura-complexo-de-vi sitacao-do-parque-da-restinga-de-jurubatiba https://web.archive.org/web/20090503171215/http://www.quissama.org/downloads/Levantamento_ do_meio_biotico.htm
Ana Paula no movimento ecológico:
https://pib.socioambiental.org/es/Not%C3%ADcias?id=6571
Analisar o significado das seguintes palavras
Ecossistema: https://www.todamateria.com.br/ecossistema/
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/bio_ecologia/ecologia.php
Conflitos socioambientais
https://periodicos.unifap.br/index.php/pracs/article/viewFile/371/n4Daguinete.pdf
Movimentos indígenas
https://www.politize.com.br/movimento-indigena/?gclid=EAIaIQobChMIkLmG68rG4gIVwYOR Ch1nOAR9EAAYASAAEgIHYvD_BwE
Os índios Goitacases
https://pt.wikipedia.org/wiki/Goitacases
Os Índios Tamoios:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tamoios
Povos da floresta
https://www.povosdafloresta.eco.br/?gclid=EAIaIQobChMIt6OO4MzG4gIVygSRCh1DfwcEEAAY ASAAEgLOD_D_BwE
Atividades posteriores à leitura da poesia:
Algumas metáforas:
Um coração, Três pulmões (coração: Jurubatiba; pulmões: Macaé, Carapebus, Quissamã).
Hoje capital do petróleo (poluída por anos pela economia do petróleo).
O canal respira em alguns instantes (faz referência à a abertura de barras na Lagoa de Carapebus).
Sou berço da fertilidade (O Parque é um abrigo para diversas espécies de fauna e flora das restingas que em outros locais do país estão em risco de extinção).
Sou o chão, o alimento (acumulações arenosas litorâneas de forma geralmente alongada e paralela à linha da costa, que abrangem fauna e flora extremamente ricas)
Sou vestida de vegetações mui´ricas (biodiversidade).
Linha de tempo:
Nos tempos pré-coloniais, há quinhentos anos atrás, a Mata Atlântica se estendia em uma linha ininterrupta desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, geralmente como uma fina linha abraçando a baixada litorânea estreita e as inclinações agudas das montanhas da Serra do Mar.
1560: Aliança de tribos conhecida como Confederação dos Tamoios foi motivada pelos ataques dos portugueses, que procuravam capturar escravos entre os indígenas para trabalhar nas primeiras plantações de cana-de-açúcar.
1575: Foi o fim da Confederação dos Tamoios. Os goitacás prosseguiram a luta sozinhos por vários anos em torno da atual cidade de Campos dos Goytacazes.
século XVII: Novos núcleos urbanos nas atuais Quissamã e Carapebus para abastecer as usinas de cana-de-açúcar.
século XVIII: Exterminação dos índios Goitacases ou Goitacás pelos colonizadores de origem portuguesa através de uma epidemia de varíola propositalmente espalhada entre eles.
1940: 1eiro Congresso Indigenista Americano (México).
Segunda metade do século XX: Inserção definitiva das análises dos conflitos socioambientais na agenda mundial, a partir dos eventos da década de 1960 e início da de 1970, no contexto da criação do Clube de Roma (1968) e da realização da I Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano-Conferência de Estocolmo (1972).
1964: Golpe Militar no Brasil.
1973: Foi promulgada a lei 6.001, que ficou conhecida como “Estatuto do Índio”. Na época de sua formulação, a cultura indígena era vista como “transitória” e o índio como “relativamente incapaz”. Seguindo essa visão, os povos indígenas eram considerados tutela do Estado até que sua integração com a sociedade brasileira fosse realizada. A responsabilidade seria do Serviço de Proteção ao Índio, órgão que deu espaço para atual Fundação Nacional do Índio – FUNAI.
1983: O primeiro deputado indígena é eleito no Brasil.
1997: Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, no Rio de Janeiro
2002: Criação da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), como uma maneira de unir as necessidades dos povos em geral em uma única voz. O índio deixa de ser considerado relativamente incapaz e sua capacidade deve ser regulada por legislação especial.
“...Tantos se diziam donos de um tesouro que não devia ser roubado
Quem mais alegava:
-Eu comprei. Portanto são minhas!
-Não podem me tirar isto!
-Como vou pastorar meus gados…”
Segundo todos os relatos, era um dos mais ricos e mais diversos macroecossistemas do mundo. A história dos primeiros viajantes europeus simplesmente brilha com descrições de plantas, insetos, animais e pássaros em uma abundância extraordinária (Hueck, 1972).Quinhentos anos de colonização e exploração cobraram um alto preço e a maior parte dos remanescentes da floresta original é agora encontrada somente nas agudas escarpas da cadeia da Serra do Mar de frente para o Oceano Atlântico e nos picos das montanhas. Restou muito pouco da floresta exuberante que embelezava a baixada litorânea, e as inclinações mais suaves em direção a oeste sofreram um desmatamento sem resistências, logo que a Serra do Mar foi penetrada (Miller & Warren, 1996).
“...Terra de muitos tesouros
Que surgiram da saudosa cana-de-açúcar
Berço de uma cultura infinita...”
Analisando-se a história do desenvolvimento econômico dos municípios de Quissamã e Carapebus, fica claro que os municípios tiveram seus primeiros núcleos urbanos originados a partir do século XVII, ocasião em que foi implantada a atividade canavieira na região, praticada em grandes extensões territoriais, visando o abastecimento das diversas usinas de cana-de-açúcar, instalado em toda a região.
Macaé: Vem do coco da Macaba / Batizados pelos Tamoios / Hoje capital do petróleo, / A nossa princesinha Macaé!
Carapebus: Em um out5ro ponto de minha imensidão / Um grupo de índios goitacases / Às margens da lagoa / saboreavam um peixe / E chamaram Carapeba Boa / Futuramente… / O paraíso chamado Carapebus!
Quissamã: Outro lugar me abraçou / Um escravo que vivia / Entre os índios da região / Condinome Quiçama, vindo da Angola. Hoje Quissamã.
Complexo de Visitação do Parque da Restinga de Jurubatiba: o Parque era um prejuízo econômico para o município, mas com o tempo houve um convencimento de que ele era muito importante, tanto sob o ponto de vista ambiental quanto para a comunidade em termos de qualidade de vida, turismo, alternativas econômicas de trabalho e renda.
Inundações na Lagoa de Carapebus.
Incêndios florestais: Diversos focos de incêndio espalham-se pelo subsolo, que fica repleto de brasas. Estes parecem estar associados à expansão da fronteira agropecuária, ao extrativismo de mel e às causas naturais.
A luta do movimento indígena no Brasil abrange muito mais do que apenas o território físico. Uma de suas grandes exigências é a possibilidade de manter sua cultura, seu modo de vida.
6) Narrador em 1eira pessoa. O narrador é o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba.
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